
Com o Pai? Não! Não muito me achego.
Mesmo a sorrir, traz franzido o cenho
enérgico, imparcial, bondoso, pleno!
Pelos meus erros temor Lhe tenho.
Ao Filho, pelos excessos que me fez e faz,
devo bem mais do que pagar-Lhe posso.
Tentando calar as culpas que meu peito sente,
afasto-me! Caloteiro... E inadimplente!
E do Esposo, tão remoto me vejo.
Luz nenhuma distingo; meu pejo!
Desespero, fuga, desgraça, morte!
Arrostar se pode? E derrotar o Forte?
Incréu, no escuro, socorro busco e corro
aos braços da Filha, Esposa e Mãe.
Sem pedir ou comandar — no ato simples do avisar,
consegue Ela a água em vinho demudar
De joelhos, abandono-me aos Seus pés...
Berrando minhas misérias, na silente prece,
vida nova anelo a este pobre nu:
“O Marie conçue sans peché,
priez pour nous qui avons recours a vous”. (*)
(*) Oh! Maria concebida sem pecado rogai por nós que recorremos a vós

Bom Jesus dos Perdões, 16 de outubro de 2007 – 18 horas e 55 minutos